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Por que as piscinas do clube ainda não foram climatizadas?

Terça, 15 de outubro de 2024
Por: Vagner Rodinick de Oliveira

Esta é uma pergunta que vários associados se fazem e estão no top 10 de reclamações direcionadas a todas as gestões. O assunto não é simples e não pode ser respondido por mensagens ou pelas redes sociais e este é o motivo do "tema" vir parar aqui.

 

DOS ESTUDOS

Em agosto/2022, ainda na gestão do Sr. Carlos Pereira da Silva, hoje conselheiro vitalício (veja matéria) foi levado ao conselho de administradores, proposta para implantação de sistema de aquecimento das piscinas, bem como modificações no sistema das saunas e instalação de energia solar. Na oportunidade, a modificação do sistema das saunas de aquecimento à gás para vaporizadores elétricos era essencial, já que a conta de gás (GLP) na oportunidade girava em torno de R$ 6.459,58, ou seja, utilizaria-se a "verba" gasta com GLP para custear as demais modificações

Com a complexidade do assunto, formou-se uma comissão com a participação dos seguintes conselheiros: (i) Luiz Eduardo Moya Martinez; (ii) Marcelo Sardiva; (iii) Mauro Burato, (iv) Rodrigo Celestino da Silva, (v) Silvio Rogério Ochoa da Ponte e; (vi) Vagner Rodinick de Oliveira, cujo objetivo era estudar a instalação de sistema de energia fotovoltaica, climatização das piscinas e mudança das saunas masculina e feminina.

Neste momento, iremos detalhar somente os custos envolvidos com a climatização das piscinas.

 

QUAL A TEMPERATURA IDEAL PARA PISCINAS?

A temperatura ideal de uma piscina pode variar de acordo com sua finalidade, mas geralmente é recomendada entre 26°C e 29°C

  • Esportes: de 26°C a 27C;
  • Lazer: de 29°C a 30°C, principalmente nos dias mais frios;
  • Parques Termais: aproximadamente 33°C;
  • Hidroginástica: de 28°C a 30°C.

Todos os estudos foram realizados para que a temperatura das piscinas seja mantida entre 29°C e 30°C, pois esta informação é altamente relevante para dimensionar a potência dos trocadores de calor.

 

DEMANDA ENERGÉTICA DO CLUBE (kWh)

Realizou-se o levantamento de 5 anos (2015, 2016, 2017, 2018, 2019) descartando-se entre 2020 e 2022, visto que em função da pandemia mundial denominada COVID-19, o clube não estava em funcionamento ou não havia voltado plenamente às suas atividades. Este levantamento indicou um consumo médio de 11.031 kWh/mês, chegando à picos de 14.033 kWh nos meses de fevereiro e 8.754 kWh nos meses de junho.

Nos estudos, não foram consideradas quaisquer projeções de crescimento.

 

CLIMATIZAÇÃO DAS PISCINAS

Foram escolhidas para aquecimento somente a piscina com raia olímpica (416 m³) e a social (109 m³) que são interligadas e se somados, totalizam 543 m³ de água a ser aquecida. Após consulta de empresas especializadas, verificou-se a necessidade de instalação de 04 (quatro) trocadores de calor, sugerindo-se os modelos Terma Max 9 da Nautilus ou Industek ID 200, com custo médio R$ 172.848,63 (agosto/2022).

Também foi estimado que a instalação destes equipamentos, elevaria o consumo energético do clube em 8.028 kWh/mês, o que correspondia à R$ 6.255,48/mês (agosto/2022)

 

É NECESSÁRIO COBRIR AS PISCINAS?

Estudos indicaram que a aplicação de manta térmica sobre o espelho d'água, reduz a perda de calor e consequentemente o número de de equipamentos trocadores de calor de 04 para 03, além do consumo de energia elétrica, ou seja, uma economia de aproximadamente R$ 44.350,00 (agosto/2022) somente com equipamentos e a instalação.

A aquisição de uma manta térmica para cobertura das duas piscinas foi orçada em R$ 21.348,00 (agosto/2022) já com os dispositivos enroladores. O que não foi computado é o valor de horário extraordinário a ser pago para os funcionários do clube, pois a manta deve ser recolhida pela manhã e recolocada no final do dia, o que não é uma tarefa fácil para uma única pessoa.

 

MODIFICAÇÕES NAS PISCINAS (PONTOS DE RETORNO)

Após análise técnica, identificou-se também a necessidade de modificações nos pontos de retorno e criação de outros. O objetivo é que as piscinas sejam abastecidas com água aquecida enviada pelos trocadores de calor de forma uniforme, evitando assim a existência de pontos sem circulação de água, que podem permanecer com temperatura abaixo do esperado.

 

 

O custo estimado para estas obras foi de R$ 56.795,00 (agosto/2022).

 

PRODUÇÃO DE RUÍDOS

Outra preocupação que surgiu foi o nível de ruido produzido pelos trocadores de calor, pois cada equipamento produz 72dB e todos em funcionamento, produziriam 78,5 dB.

Para este nível de ruído , há necessidade de instalação de isolamento acústico, cujo custo não foi levantado, já que os equipamentos deveriam estar instalados e em funcionamento para que o melhor método de isolamento fosse definido.

Considerando que o clube está localizado em uma "Área Mista, predominantemente residencial", a legislação impõe os seguintes limites para emissão de ruídos:

  • Diurno (das 07h às 22h): 55 dB;
  • Noturno (das 22h às 07h): 50 dB.

Tendo como base a emissão de 78,5 dB, utilizando a "Lei do Quadrado da Distância", estíma-se que o barulho produzido pelos trocadores de calor teriam a seguinte intensidade:

  • 38 dB na secretaria do clube (110m de distância);
  • 39 dB no quiosque 4 (92 m de distância);
  • 40 dB na casinha 1 (76 m de distância);
  • 42 dB na sorveteria (67 m de distância);
  • 44 dB no deck do bar da piscina (52 m de distância);
  • 48 dB no quiosque 3 (30 m de distância).

Apesar dos índices nas respectivas distâncias chegarem abaixo do limites estabelecidos, a medição deve ser feita à 1,50 m de distância do local, mas a principal preocupação é o nível de incômodo gerado aos moradores do entorno, já que no silêncio noturno, o som propaga-se de forma mais "pura", o que podem gerar denúncias e penalizações para o clube, pois estamos localizados numa área de Proteção Ambiental

 

RESUMOS

O que foi apresentado é somente uma prévia do relatório produzido que contém 72 (setenta e duas) páginas. Apresentamos abaixo quadro resumo dos custos envolvidos somente com as piscinas (base: agosto/2022):

 

Nos custos acima, não estão previstos:

  • Aquisição de mantas e enroladores para cobertura das piscinas;
  • Tratamento acústico no local onde os equipamentos serão instalados;
  • Necessidade de adaptações no local disponível para instalação dos trocadores de calor, já que há exigências técnicas de distanciamento das paredes;
  • Necessidade de instalação de caixas ventiladoras, já que os equipamentos (se instalados em local confinado) necessitam de alta circulação de ar;
  • Custo para adequações elétricas, já que os equipamentos são trifásicos e haverá necessidade de alterações do relógio medidor mais próximo (Elektro) para suprir a demanda dos equipamentos;

 

Não menos importante que a aquisição e instalação dos equipamentos, está o fato de que os estudos indicam que os trocadores de calor sozinhos possuem quase a mesma demanda energética (8.028 kWh) que o clube inteiro (11.031 kWh).

 

Ainda que se opte por elevar o consumo energético do clube para climatizar as piscinas, não podemos esquecer sobre as mudanças de bandeiras tarifárias de energia elétrica (mais caras), que é influenciada por diversos fatores, inclusive climáticos.

Quando este estudo foi realizado, a previsão era a instalação de energia fotovoltaica, mas vamos deixar isso para outra matéria.

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